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Ah, o ciclone, os arrastões, o Congresso Nacional, a bandalheira, as guerras das facções, os punguistas, as balas perdidas, os motoristas de taxi versus Uber, a Cultura nacional, a Juíza em Brasília, o Renan, o Cabral, a PF, o Ministério Público, o Temer, o Trump, as Manifestações, a Reforma da Previdência, todo mundo vai ter que esperar: a Clotilde recebeu o 13 salário dela -sorry, periferia, eu paguei!- e vai pro Shopping detonar, neste fim-de-semana. Ela disse que, antes, para não ser (muito) criticada, o esperto é abrir um post ENORME no Facebook em solidariedade aos: Funcionários do Estado do Rio de Janeiro que mal receberam outubro as crianças órfãs do mundo todo os bichinhos desamparados os doentes nos hospitais e na fila do SUS os desalojados da tragédia de Mariana, por quem não se fez nada e todo mundo esqueceu os emigrantes sírios a próxima epidemia de zika e chikungunia o aquecimento global os ursos polares os cariocas assaltados e sequestrados de maneira gera...

A Clô adora as festas de Natal e Reveillon. Ninguém está focado nisto, no Rio de Janeiro, neste final de 2016. Ela tem andado meio deprimida. Não tem árvore de Natal, na Lagoa. O (novo) namorado dela é médico do Estado do Rio e está sem dinheiro, já que o Governo nem terminou de pagar outubro. Donde, néris de presente, este ano. Ela foi até a Feira da Providência e disse que  "estava muito mixuruca, só tinha um quarteirão". O dólar está caro e ela não consegue comprar nem um alfinete, nos sites que costumava visitar. Não tem luzinhas piscando em quase nenhum lugar da cidade. O estacionamento do RioSul chega a dar medo, de tão vazio. Ela tentou ir ao Shopping Leblon, na sexta-feira passada, e se deparou com um tiroteio. Que, aliás, começou com um sequestro em outro shopping da Zona Sul, o Fashion Mall. Hoje resolveu passear no Centro e estava na Praça XV, vendo uns camelôs, quando começaram a jogar as bombas de gás pimenta, por conta da Manifestação da Alerj. Correu, ...

Chuva, alerta de vento forte, manifestação em Copa? Afora meia duzia de gatos pingados, ninguém sai de casa para circular pelo Flamengo. Os moradores só dão as caras na hora do almoço e do lanche, fazendo compras, bem como um pouco antes das sessões de cinema no Lgo do Machado. Alguns outros, raros, correm no Aterro, mas fora isso as ruas ficam desertas no Domingo. Então podemos aproveitar e fotografar a arquitetura e algumas das ruas do bairro. Foi o que fizemos. Fotos editadas com Vintique app.