Eu queria dizer alguma coisa significativa pelo falecimento do Hélio Eichbauer. Mas só consigo sentir uma tristeza infinita, proporcional à enormidade que foi o privilégio de ser alçada ao posto de amiga dele, por mais de 40 anos. Eu o conheci “mais velho” como ele mesmo gostava de dizer “com a idade de Cristo” e o admirei desde o início, profundamente. E que ele se interessasse pela minha insignificante existência foi, em tudo, uma grata surpresa. Nunca antes nem depois convivi com alguém com uma criatividade tão fascinante e exuberante, nem acompanhada por tanta cultura. Ele tinha uma inteligência brilhante, aliada a um bom coração. Infelizmente o coração corpóreo, talvez por tanta bondade e por abrigar em si a dor de ver um país que ele amava tão dilacerado, não resistiu. O Hélio foi um lindo sol que aqueceu a minha vida, desde os meus 23 anos, como pessoa e como artista. Continuará a brilhar, sem dúvida, no lugar cultural que lhe cabe na História da Arte...