A Revolta dos Amigos Virtuais
No meu caso específico são aquelas pessoas de quem eu gosto, que conheço pessoalmente de outras eras, mas que ambos, conjuntamente juntos, unicamente num só, não temos mais muita paciência para maiores relacionamentos.
A vida mudou, nós estamos ocupados, and so on.
"Em caso de emergência conte comigo, mas fora disso não me encha o saco", é o que parecemos dizer, de maneira mais ou menos explícita.
Não são pessoas que eu conheço via WEB, essas são os WEB-amigos. Estes são calmos e, geralmente, conseguem disfarçar as maiores maluquices ocultas que porventura possam ter.
Nosso relacionamento é equilibrado e, por vezes mudo: alguns, assíduos e tímidos, só afetam os contadores.
Os amigos virtuais, por outro lado, raramente ou nunca, se manifestam on-line. Só por mail. E, revoltam-se.
Quando não gostam do que mando, quando a vida está difícil, quando, também, eventualmente estão cheios de meleca, sem dinheiro ou com unha encravada, implicam.
Mandam xotas, penis com elefantíase, esmagamento de pintos, vídeos de baixa pornografia, piadas que remetem à (minha)ancestralidade, assassinato de fêmeas e por aí vai.
Geralmente, são bloqueados na minha caixa de entrada, prontamente, tão logo entram nesta fase.
Aí, telefonam.
Choram.
Visitam o site, deixam recados.
Perguntam do porque do sumiço, contam tristes infernos zodiacais.
O coração vira manteiga, eu suspendo o bloqueio, e justifico o sumiço com um "meu computador deu pau".
"Eu deletei do Multy? Fooooooi? Deve ter sido defeito do site".
Para, claro, recomeçar tudo de novo.
Até o surto seguinte.
Será que todos tem amigos "mui amigos", como eu, ou isso é brinde do destino? Carma virtual?
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