Mondrian e a Perimetral

Estou eu aqui, comendo jabuticabas, pensando na derrubada da Perimetral e lembrando de uma história.

Era década de 70 e eu tinha acabado de adotar o Mondrian, meu gato, há uns meses e ele já estava bem grandinho. Um pouco menor do que na foto.
Vocês sabem, nem existia Perimetral, nesta época, nem gateiras. Ou Pet-Shops. No máximo, veterinário. 
E, gatos não vem com manual de instrução.

Então, continuando, nós resolvemos subir pra Teresópolis, pro feriadão de 2 de novembro.
Finados.

Que fazer com o Mondrian? Desavisados... Levá-lo, lógico!
Como?
Oras...
Bota o gato no carro e pronto. Um fusca.
Caixa de gato? Malinha? Nem sabia que existia...

Rs... Não preciso dizer que o bichano, em pânico, se enfiou entre os pedais, preciso?
Vou poupar vocês, então, dos miados também.

Fazia calor.
Na altura do cemitério do Cajú, um tremendo engarrafamento e uma multidão, portando flores,  Imaginem: sem Perimetral, sem Linha Vermelha. Era só a  Av. Brasil.

Nestas alturas, o gatinho estava quietinho, linguinha de fora, suando, tadinho. Escorria suor pelo estofamento de plástico do fusca. Tava todo molhado. Dava pra ver. Ficou deitadinho, imóvel, no banco de trás, horas. 
Não tinha isso, de ar-condicionado em carro. E abrir a janela, como?

A viagem, com o engarrafamento, demorou umas 4 horas. E, claro, ele detestou Teresópolis.

Enfim...
Amanhã fecham a Perimetral, é Dia de Finados e o Cajú continua lá.

Não levem seu gato, se forem viajar.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Clotilde Pokemon / Pokemoji Stickers app