Informe Confidencial (fica entre nós)

E aí que eu nem deveria repassar esta informação...

Olha, amigo: verifique você, pessoalmente, não assino nada embaixo.

Fui para o Aterro hoje, caminhar, 16h. Ficar em casa aumenta o colesterol.

Muita gente no bairro para um Feriadão, crianças, festa de aniversário na grama, pessoal tomando chope e comendo pastel, pescadores e moças jovens andando de bike. 

A brincadeirinha techno morreu na vizinhança: quase ninguém tirando fotos.Tem que ser um doido para usar smartphone no Aterro, com tantas ameaças, cá entre nós.

Eu não levei bolsa; o boné da UV-line tem um fecho aonde guardo $ e chave. Só.

Tem polícia andando a cavalo. São lindos. Vi um grupo de três.

Tudo muito tranquilo.

Mas, como eu sou desconfiada e seguro morreu de velho, achei muito esquisita esta paz aparente e consultei as bases.

Ah... Eu conservo essa mania "das bases" desde os meus tempos de... Oras, esquece que é melhor!

Então, o resultado da consulta foi o seguinte e estou repassando, extra-oficialmente, a informação do barraqueiro aonde tenho tratamento VIP:

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Entre a Paissandú e a Rui Barbosa, existe uma área de segurança ab-so-lu-ta no Aterro (não confundir com a Praia do Flamengo pp dita, sobre isso eu não vou falar).

Passeando por dentro da pista, ou indo do Porcão até o equipamento dos marombeiros, tudo é "limpo". Muitos cães no "cachorródromo". 

Deck superpovoado.

Em qualquer dia e horário- porém só até o anoitecer- fica garantida a área citada acima e a pista de caminhada rente à Praia. Mas só até o outro Posto, em frente ao Novo Mundo. 

"Tem gente que vai até o final..." E aí eu insisti e levei três pontinhos. Mais um levantar de ombros e sobrancelhas.

Até o final, não bom.

***

Os gatos estão tranquilos, no mesmo local de sempre e me parecem bem.

Não vi gatunos.

Nem mendigos.

Vi mulheres carentes, como eu, sentadas nos bancos, fazendo cafuné nos bichanos.

Tinha uma regata, a luz estava gloriosa e tomei uma água de coco. Mas, a foto é antiga, vocês vão ter que acreditar em mim. Ou não.

E, sim: o porteiro do prédio também me considera uma mulher muito corajosa.