Recuerdos do Altiplano/ soroche em La Paz

A Bolívia não é normal, entende? Parece que você está na Lua, ou algo assim.
Mas, com a gravidade ao contrário. Tudo é muito pesado.

Já no meio do voo, se você for burro o suficiente para ir direto de avião, do Rio de Janeiro, você percebe que tem algo meio esquisito. Normalmente qualquer avião decola, aí sobe, depois voa plano e desce para pousar.

Mas, indo para La Paz, não é o que se passa: o avião sobe. Aí sobe mais. E sobe.
Seus ouvidos começam a explodir, as campainhas dos assentos em torno são acionadas, os bebês choram, as pessoas imploram por um analgésico. Dor-de-cabeça instantânea, em alguns.
Eu não senti, felizmente, mas pedi uma CocaCola à aeromoça. Cuspi. Levei o maior susto, pensei que estivesse estragada, mas não: a água da Bolívia toda é salobra, idem a do refrigerante. Impossível tomar.
E o avião continua subindo.
Estabiliza e não desce. Voa plano. Onde está, lá em cima, fica:
"Senhores passageiros, apertem os cintos".
Chegamos à La Paz. 
Em El Alto, 4.100m.

Eu só lembro do mochilão na esteira do aeroporto quase vazio, de afivelar o dito cujo às costas, dar dois passos e perceber que o chão (de cimento) parecia meio fofo e ondulado.
Foi muito estranho.
😂😂😂
A sensação de peso é similar àquela que a gente tem, quando sai de uma piscina morna de hidroginástica, depois de cansar os músculos por uma hora.
Só que não passa... Piora. E o ar ficou rarefeito. Você resfolega. Dá enjoo. Tontura.
Tudo que um ser humano normal consegue pensar, a estas alturas é "por que foi que vim para cá?"

O Altiplano é pros fortes.
Bolívia, para os mártires.

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